Pesquisar neste blogue

sábado, 18 de agosto de 2018

17 e 18 de agosto



“Para ser grande sê inteiro: nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és no mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua que brilha, porque alta vive”
(Fernando Pessoa)

Relembrar que no treino anterior, foi treinado a organização ofensiva do jogo. Na segunda secção, Hugo Gonçalves continuou o trabalho de prevenção de lesões. Trabalho essencial de compensação muscular que acreditamos que irá trazer menos trabalho ao posto médico no futuro. Para já, lesões, só traumáticas e já estou incluir o jogo de hoje com o Agualva.
Num primeiro exercício de posse de bola, 4x2, foi trabalhado a agressividade defensiva, com preocupação, nesta altura, sobre as ações individuais.
Posteriormente posse de bola posicional num GR+10x10+GR (sem balizas oficiais). Para além dos objetivos inerentes à organização ofensiva e ao modelo de jogo, uma preocupação pela consolidação dos objetivos do primeiro treino.
Depois, jogo, reforçando a organização defensiva, especialmente na 3ª fase. Aproveitando para inserir os esquemas táticos ofensivos e defensivos.
Acredito que o princípio da especificidade deve ser o orientador de todo o processo de treino em articulação com os outros princípios metodológicos: progressão complexa, propensões e da alternância horizontal em especificidade.
Vou relembrar alguns conceitos. O desenvolvimento de um jogar segundo o Modelo de Jogo abrange a operacionalização de todos os seus princípios, que irão configuram o conjunto de comportamentos que caracterizam a forma de jogar Específica que pretendemos nos diferentes momentos do jogo. Ao longo deste primeiro microciclo definimos o padrão de comportamentos de jogo que pretendemos, nomeadamente as funções de cada jogador. A nossa ideia de jogo pretende ser assim um conjunto de princípios que irão dar corpo ao Modelo de Jogo. O Modelo de Jogo é a referência de todo o processo de treino e vai ser construída passo por passo, como se fosse um conjunto de legos que, após serem “montados” dão figura ao sistema complexo e dinâmico que pretendemos .
   O Treino Integrado diz-nos que o conceito de especificidade é o princípio de treino, que nos diz que uma dada carga de treino é específica em função da direção adaptativa. Para mim o conceito vai muito mais longe. A Especificidade contextualiza tudo aquilo que se faz ao longo do processo de treino, ou seja, que tudo o que se faz esteja de acordo com o que queremos manifestar. Para isto, os jogadores devem entender os objectivos a serem trabalhados e estarem concentrados. Ao treinador cabe a tarefa de explicar o exercício numa lógica de construção progressiva. As suas indicações (feedbacks no decorrer do treino) devem ser específicas ao que se está a desenvolver e ao finalizar
Hoje, jogo com o Agualva. Vitória por dois a um. Golos de Edgar (1º golo ao serviço do clube) e de Fábio (1º golo como jogador sénior). Assistências de Serginho e de Ricardo Nunes.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Época 2018/2019 – SC LOUREL


“Uma longa caminhada começa sempre com o primeiro passo” (proverbio Chinês)

Fotografia de JMR.




“Uma longa caminhada começa sempre com o primeiro passo” (proverbio Chinês)
16 de agosto de 2018. Arranca a pré – época no SC Lourel. A orientação do treino desta pré –época visa o desenvolvimento da organização de jogo da equipa. Este microciclo visa acima de tudo os aspetos da organização de jogo, tendo como grande preocupação a aquisição hierarquizada dos comportamentos/princípios de jogo, tendo em conta a nossa IDEIA DE JOGO. A Ideia de jogo parte da intenção prévia daquilo que pretendemos da equipa. É sempre um processo complexo que engloba um conjunto de procedimentos e decisões que resulta da forma como vimos o jogo e o treino.
Uma boa preparação dos jogadores assume-se assim como a principal função do Treinador. A necessidade de ter uma visão clara acerca do futuro, implica a existência de um processo de planeamento formalizado, que vise o futuro que se aspira. Neste sentido, os resultados desportivos têm de ser construídos com base num trabalho devidamente pensado e planeado, em função dos objetivos previamente definidos. A Especificidade é determinante numa metodologia de treino integrado em que os exercícios criados são o mais situacionais possível. Deste modo, neste período preparatório, iremos explicar o que se pretende nos quatro momentos do jogo. Princípios espelhados no nosso Modelo de Jogo. A maior dificuldade é encontrar um equilíbrio entre o que é a nossa Ideia e as reais capacidades dos atletas.
O primeiro dia de trabalho, foi de receção dos atletas. Um dia destinado a apresentações. O treino propriamente teve como objectivo o trabalho de prevenção de lesões a cargo do professor Hugo Gonçalves e o desenvolvimento da Organização Ofensiva, especialemtne a 1º fase de construção. Comecei pelo ataque porque o nosso desejo é criar uma equipa ofensiva e que jogue um jogo criativo e apaixonante. Os jogadores foram informados do grande princípio da Organização Ofensiva e o exercício visou o desenvolvimento deste princípio, respeitando a ESPECÍFICIDADE pretendida. Realizou-se um exercício de GR+10X10+GR. Neste exercício foi determinado o posicionamento dos jogadores na primeira fase de construção e as movimentações que se pretendia desenvolver (desenvolvimento dos subprincípios inerentes à primeira fase de construção). Foi também trabalhado os subprincípios da posse de bola. O jogo foi condicionado na fase defensiva para potencializar o objetivo principal.
Continuando a construção deste modo de jogar, hoje será dia de trabalhar a organização defensiva e os esquemas táticos.
Reflexão final: escrevo e partilho o meu trabalho porque gosto. Sem medos. Na partilha e na discussão está o verdadeiro conhecimento. Não querendo ser critico, muitos escrevem no vazio, sedentos de “likes” apenas e só dizendo “ os jogadores estiveram bem e foi difícil”. Outros, manuais de futebol, dizem que é importante realizar exercícios que promovam “a sub-dinâmica da duração da contração”. É o mesmo que dizer que para fazer uma boa feijoada junte todos os ingredientes: feijão, bacon, cebola, etc e…já está.
Não se aprende a tocar piano a correr à volta dele, mas também não se aprende estando a tocar sem saber que música se pretende e que notas são necessárias.