Atualmente os
clubes desportivos são vistos como empresas. A regulação do mercado e visão
económica são fatores fundamentais no dia a dia de um Clube de Futebol.
É clara a
estratégia do Benfica em vender os seus ativos após um ano quase perfeito. O
esforço financeiro efetuado no final do ano passado teve um peso demasiado
grande na projeção deste ano.
Parece-me clara a
falta de visão na projeção do ciclo seguinte.
Pontos de partida.
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O Benfica investiu quase 50 milhões de euros em novos
jogadores para a época 2013-14, segundo revela o relatório e contas da SAD
“encarnada” respeitante ao exercício do período entre 1 de Julho de 2012 e 30
de Junho de 2013.
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Gastou 25,1 milhões para a aquisição “dos direitos
desportivos dos atletas Djuricic, Markovic, Sulejmani, Mitrovic, Steven Vitória
e Rojas”.
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Assumiu compromissos financeiros para a aquisição de
direitos desportivos no montante global de 24,2 milhões de euros, sendo de
destacar os atletas Pizzi, Fejsa, Funes Mori e Lisandro Lopez”.
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No total, só em jogadores para a época passada, gastaram
49,3 milhões, sendo que do último exercício, constam ainda as aquisições de
Lima e Salvio, que já integraram o plantel em 2012-13, “num montante global de
16,5 milhões”. No investimento do plantel, a SAD benfiquista refere ainda a
compra dos restantes 15% do passe de Nemaja Matic e de 50% do passe de André
Almeida (?), mais a renovação de contratos com Matic, Cardozo e Rodrigo, num
gasto total de 7,8 milhões de euros.
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No que diz respeito a vendas, o Benfica atingiu os 51,5
milhões de euros, um crescimento de 68,2% em relação à época anterior, com as
vendas de Javi Garcia ao Manchester City e de Axel Witsel ao Zenit.
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O volume de faturação da época 2013/2014 foi insuficiente
e não acompanhanou o êxito desportivo do Clube.
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Os gastos para garantir a permanência dos melhores
jogadores e desta forma garantir a conquista do título, criaram desequilíbrios
financeiros graves.
Partimos no final
da época passada com esta previsão:
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Sete os jogadores não têm nenhuma parte do passe alienada
a fundos ou direitos partilhados com
outras entidades: Luisão, Sálvio, Enzo Perez, Jorge Rojas, Lima, Sulejmani,
Mitrovic e Steven Vitória. Há ainda outros casos de jogadores cujos direitos são
partilhados com outras entidades, como Ola John (50% são do Benfica, os outros
são da Doyen Sports), André Almeida (75%) e Nélson Oliveira (45%).
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Como curiosidao Benfica detinha de Garay (40% do Benfica),
André Gomes (70%) de Markovic (50%)
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15 os jogadores têm percentagens cedidas o fundo de
investimento “Benfica Stars Fund”, sendo que os últimos a entrar foram Rodrigo
(24% por 3,6 milhões – já vendido), André Gomes (20% por 800 mil – já vendido)
e Djuricic (20% por dois milhões). No total, o Benfica já recebeu deste fundo
28,625 milhões de euros. Os direitos económicos de Sulejmani entretanto passaram
a integrar o fundo a troco de 1,25 milhões de euros.
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Os gastos com pessoal atingiram os 50,4 milhões, uma
subida de 4,8% em relação ao anterior exercício, justificando esta subida com o
“aumento verificado na massa salarial do plantel de futebol”.
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A Benfica TV implicou um aumento generalizado dos
rendimentos e gastos consolidados.
Parece-me claro
que neste momento o Benfica está à beira de uma situação insustentável, com um
rumo pouco claro, objetivo e/ou estratégico. Vive-se o dia a dia e não se
projetou em 2013/2014 o ciclo seguinte.
Ponto de situação
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A situação do Clube está debilitada.
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A equipa, produto de venda, está pouco atrativa.
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A equipa, produto desportivo, não oferece grandes garantidas
de sucesso.
É urgente criar
um programa estratégico prudente de evolução que vise um corte com os gastos e
que vise a estabilidade financeira.
Contudo é mais
urgente ainda criar uma revolução, que corte com os gastos supérfluos e que
invista de imediato na equipa.
O Benfica não é o
seu treinador e/ou um jogador. Tem de ser uma equipa dirigida para um objetivo
comum. Uma organização em conjunto, conduzida por um Líder, no interior do
contexto atual, rumo a um objetivo final.
Qual é o teu
objetivo para os próximos anos, Benfica?