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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

SER TREINADOR...


"AS PRINCIPAIS CARACTERISTICAS SÃO HUMANAS, ALIÁS OS GRANDES TREINADORES NÃO SE DISTINGUEM POR SABER MAIS DE TÉCNICA OU TÁCTICA!
HÁ 3 QUALIDADES QUE UM TREINADOR DEVE TER: LIDERANÇA, BOA LEITURA DE JOGO E SABER COMUNICAR PARA MOTIVAR.
QUEM AS TEM, MESMO QUE NÃO SAIBA MUITO DE FISIOLOGIA, É UM GRANDE TREINADOR.
É NECESSÁRIO SER UM LIDER NATO!!!
É PRECISO SER-SE ATENCIOSO, E RESPEITADOR. TEM DE TER DEFEITOS, POIS TODOS TEMOS, MAS O SEGREDO ESTÁ NAS QUALIDADES PARA DESEMPENHAR A FUNÇÃO."

PROFESSOR MANUEL SÉRGIO


Ser treinador é no meu entender uma das profissões mais complexas da nossa sociedade. Começando por não ser uma profissão (ou é?), bem como pelo facto de ser constituída por uma elevada multidisciplinaridade que torna os treinadores seres únicos.
Professor, gestor, educador, sociólogo, psicólogo, fisiologista, formador nutricionista, entre outras, tudo isto torna o treinador um cientista sem ciência, influenciado pela cientificidade da multidisciplinaridade do método da complexidade. Confusos? Alguns talvez, outros nem tanto. Mas vamos ao que interessa.
O melhor treinador é aquele que apresenta os melhores resultados e que ganha. Mas será que os resultados dependem apenas do treinador? Se apenas um pode ganhar isto torna os outros todos derrotados? Claro que não. Então que características deve ter um treinador? Como pode ser avaliado o seu trabalho? Vou tentar levantar algumas questões e mostrar também o meu ponto de vista.
A sua principal função é naturalmente preparar jogadores. Manuel Sérgio disse-me muitas vezes em aula, "antes do treino (o treinador) deve perguntar-se que tipo de pessoa quer que nasça do treino."
As suas características também são únicas, devendo revelar competências em áreas como o plano técnico táctico (conhecimento da modalidade, capacidade de observação, métodos de treino, planeamento, psicológico), demonstrando uma grande capacidade de liderança, gestão, relacionamento comunicação, inteligência, assertividade e criatividade.
Em primeiro lugar, defendo claro que para se ser treinador é necessário um conjunto de conhecimentos e experiências que ultrapassam as aquisições decorrentes de uma carreira de jogador. Isto porque a lógica do jogo é tão importante como o factor pedagógico do ensino. O equilíbrio proveniente da prática desportiva e da formação académica, são factores importantes para se ser treinador. Claro está que defenderei sempre os Licenciados, especializados em futebol para serem treinadores, desde que revelem as capacidades indicadas anteriormente.
Muitos terão a ideia contrária, ou refutarão estas ideias, mas passo a mostrar o meu ponto de vista.
Se tiver de ser operado, irei escolher o melhor médico da especialidade. E porque? Porque tem formação específica. Como diriam os antigos, estudou para aquilo. Duvido que aqueles que argumentam que os ex jogadores têm experiência por sentirem o balneário, utilizem o mesmo argumento se tiverem de ser operados por um enfermeiro. Este também tem experiência de balneário (leia-se bloco operatório), se calhar já esteve em muitas operações, mas eu pessoalmente não colocava o meu corpo para ser operado. E quanto à experiencia. Bem, todos os médicos operam pela primeira vez e aí surge treinadores como Mourinho ou Villas Boas.
Claro está que ainda à poucos anos, os Professores de Educação Física eram militares ou ex treinadores que entraram para o ensino. Actualmente isso já não existe e só entra no ensino quem tem qualificação profissional. E isto porque no ensino sentiu-se necessidade de melhorar as técnicas pedagogias. Ao Futebol, ainda falta este salto qualitativo e em muitos casos ainda existem a treinar antigos “endireitas” (pessoas que se dedicavam a colocar no sitio articulações, mas sem formação), quando na realidade o que se precisa é de fisioterapeutas. O lobbie dos interesses barra este salto qualitativo. Só assim se justifica que um licenciado em desporto não possa estar sentado no banco de suplentes, mesmo que fosse em camadas jovens, como treinador se não tiver uma formação de um mês da federação (ou associação).
Voltando ao aspecto central. O preparar atletas exige como já disse, competências específicas. Transferir as nossas preocupações para a melhoria das competências dos jogadores que nos são entregues. Ressalvo a liderança como aspecto fundamental. Para quem lidera  faz a diferença, é como se utiliza o conhecimento e não o que se sabe. Este é mais um argumento quando se fala de ex atletas como treinadores. A experiência só se traduz em sabedoria, se o que se aprende e se ensina tenha um verdadeiro significado e uma aplicação eficaz. Ressalvar que a liderança tem locais próprios para ser assumida, mas principalmente demonstrada. As lideranças baseadas numa lógica de apoio e participação são mais eficientes do que as lideranças tradicionais do controlo.
Efectivamente também não basta o saber para quem treina, tornando-se fundamental o saber comunicar e o saber transmitir. Estar atento, intervir e corrigir, evidenciando o erro, mas também a solução e incentivando à reflexão sobre o erro. Assumindo que o errar é parte do caminho para melhorar. “É preciso errar, errar cada vez melhor…” (Samuel Beckett). Identificar o que sabe, as suas carências e o que pretendem vir a aprender, é trabalho fundamental do treinador.
O treinador deve ter em consideração que os jogadores pensam, interpretam, emocionam-se, como tal são parte activa do processo. Justificações do tipo “quem manda sou eu” e “esta decidido porque sim” estão ultrapassadas. O factor psicológico é apontado como fundamental na acção do treinador.
Entra aqui em questão outro aspecto fundamental, a Motivação.
Só aprende quem está atento, concentrado, motivado e implicado emocionalmente no processo. Não nos podemos esquecer que apenas mudamos se quisermos, ou estivermos motivados para... Por isso o trabalho do treinador em definir estratégias e objectivos, bem como os caminhos a seguir são fundamentais.
Quem não sabe para onde vai, e o que treina, tem tendencia a arranjar culpados, quando na realidade, treinando-se como se joga desenvolve uma cultura de responsabilidade, de auto – responsabilização, e de autodisciplina, que deve ser assumida pelo treinador e claro está pelos jogadores.
Ao treinador é exigido o caminho, a construção da equipa. Mesmo quando os movimentos parecem ser dissonantes cabe ao treinador mostrar o caminho. O cirurgião só opera quando sabe a exacta localização da doença. O treinador deve actuar da mesma maneira. Diagnosticar o problema, e encontrar a solução.
 No campo não se deve guiar pelas emoções, pois pode ser influenciado por factores externos. Quantas vezes vemos treinadores à procura de milagres nos últimos minutos, desvirtualizando o seu próprio caminho. É o chamado efeito placebo, ou efeito Mantorras no Benfica e está ligado aos factores motivacionais. Claro está que o jogo é reflexo do treino e não do acaso, sendo que por vezes o acaso supera o trabalho. Mas não se criem ilusões, quem é competente encontra soluções. Quem repete teorias e experiências do acaso pode até vingar ocasionalmente, mas não sempre.  
Mas então o que é importante e decisivo num líder? O grau académico? O saber teórico? A experiencia ou maturidade? A preparação e o treino? Para mim, claro está que é tudo um pouco.
Muito importante é quando um treinador erra, saber que existem consequências e como tal existe aprendizagem.
A aquisição de novas competências é um processo lento, necessitando de estímulos e repetição. E este pressuposto é tão válido para os jogadores como para os treinadores.
O treinador deve criar um compromisso individual que seja reflectido no esforço do grupo.
O grande objectivo do treino desportivo é transformar cada gesto técnico num hábito. Treinar através da repetição, mas sobretudo, através da simulação dos factores de pressão que ocorrem sempre no jogo.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

DESENROLAR DA PRÉ – ÉPOCA…

E ao 4 dia realizamos o nosso primeiro jogo.

Os primeiros dias dedicados aos princípios de jogo. O que vai caracterizar a equipa, a sua identidade. Ao terceiro dia circuito técnico – táctico de força, mantendo o mesmo principio, insistindo sobre a finalização.

Grande incidência sobre os princípios regedores da acção, principalmente a defensiva… trabalho sobre esquemas tácticos, tudo muito em “bruto”.

Hoje, jogo com o Odivelas SAD. Mais importante que o resultado era importante avaliar o trabalho desenvolvido. Independentemente disso, vitória do Odivelas por 1-0 aos 86m. Golo de Vítor. Da parte do Dramático jogaram 22 jogadores (3 guarda redes.) Ainda com algumas experiências na parte final. Iniciam 6 jogadores que transitam do ano passado. Todos jogaram pelo menos 20 minutos.

Jogo interessante com elevado nível de intensidade. Odivelas SAD tem quase um mês de trabalho e uma boa equipa que vai certamente disputar os primeiros lugares da Honra.

Detectados os pontos menos positivos a trabalhar para a semana. Amanhã preparação de novo jogo num campo com dimensões reduzidas e logo com estratégia diferenciada (mas os princípios iguais.)

Nota Final. Soube depois do jogo que ia disputar a II divisão Distrital. Não compreendo. Na Honra um Clube foi repescado. O princípio devia ter sido o mesmo na I Divisão Distrital. A opção foi subir 5 Clubes da II Distrital!? O Dramático não desceu. Desceram-no… Voltaremos em breve ainda mais fortes. Estou ainda mais motivado.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

PRIMEIRO TREINO NO DRAMÁTICO DE CASCAIS.



Hoje, pelas 19h30 iniciou-se mais uma época no Dramático de Cascais.

Após uma merecidas férias os jogadores regressaram ao trabalho com empenhamento e motivação.

O trabalho baseou-se no modelo de jogo definido e nos seus princípios de jogo. Este será o nosso trabalho de pré época. Bola, bola e mais bola.

Trabalhando com a bola, definindo os princípios é a forma pela qual se consegue os automatismos pretendidos.

Amanhã, alguns jogadores apresentam-se para o segundo treino, às 19h. Outros cumprem um período de experiência. No final da semana estará tudo definido.

Nota final. Nestes períodos é normal existirem contactos entre jogadores e treinadores. Ainda foram alguns que tiveram a seriedade de me ligar para comunicar as suas decisões. Fosse Cascais ou outro clube.

Um principio básico. A frontalidade acima de tudo. Com esses jogadores que tiveram essa atitude a minha porta estará sempre aberta. Outros, que faltaram à sua palavra, a porta fecha-se para sempre.