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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

BENFICA: O peso do 33º





Atualmente os clubes desportivos são vistos como empresas. A regulação do mercado e visão económica são fatores fundamentais no dia a dia de um Clube de Futebol.
É clara a estratégia do Benfica em vender os seus ativos após um ano quase perfeito. O esforço financeiro efetuado no final do ano passado teve um peso demasiado grande na projeção deste ano.
Parece-me clara a falta de visão na projeção do ciclo seguinte.

Pontos de partida.

·        O Benfica investiu quase 50 milhões de euros em novos jogadores para a época 2013-14, segundo revela o relatório e contas da SAD “encarnada” respeitante ao exercício do período entre 1 de Julho de 2012 e 30 de Junho de 2013.
·        Gastou 25,1 milhões para a aquisição “dos direitos desportivos dos atletas Djuricic, Markovic, Sulejmani, Mitrovic, Steven Vitória e Rojas”.
·        Assumiu compromissos financeiros para a aquisição de direitos desportivos no montante global de 24,2 milhões de euros, sendo de destacar os atletas Pizzi, Fejsa, Funes Mori e Lisandro Lopez”.
·        No total, só em jogadores para a época passada, gastaram 49,3 milhões, sendo que do último exercício, constam ainda as aquisições de Lima e Salvio, que já integraram o plantel em 2012-13, “num montante global de 16,5 milhões”. No investimento do plantel, a SAD benfiquista refere ainda a compra dos restantes 15% do passe de Nemaja Matic e de 50% do passe de André Almeida (?), mais a renovação de contratos com Matic, Cardozo e Rodrigo, num gasto total de 7,8 milhões de euros.
·        No que diz respeito a vendas, o Benfica atingiu os 51,5 milhões de euros, um crescimento de 68,2% em relação à época anterior, com as vendas de Javi Garcia ao Manchester City e de Axel Witsel ao Zenit.
·        O volume de faturação da época 2013/2014 foi insuficiente e não acompanhanou o êxito desportivo do Clube.
·        Os gastos para garantir a permanência dos melhores jogadores e desta forma garantir a conquista do título, criaram desequilíbrios financeiros graves.

Partimos no final da época passada com esta previsão:

·        Sete os jogadores não têm nenhuma parte do passe alienada a fundos ou  direitos partilhados com outras entidades: Luisão, Sálvio, Enzo Perez, Jorge Rojas, Lima, Sulejmani, Mitrovic e Steven Vitória. Há ainda outros casos de jogadores cujos direitos são partilhados com outras entidades, como Ola John (50% são do Benfica, os outros são da Doyen Sports), André Almeida (75%) e Nélson Oliveira (45%).
·        Como curiosidao Benfica detinha de Garay (40% do Benfica), André Gomes (70%)  de Markovic (50%)
·        15 os jogadores têm percentagens cedidas o fundo de investimento “Benfica Stars Fund”, sendo que os últimos a entrar foram Rodrigo (24% por 3,6 milhões – já vendido), André Gomes (20% por 800 mil – já vendido) e Djuricic (20% por dois milhões). No total, o Benfica já recebeu deste fundo 28,625 milhões de euros. Os direitos económicos de Sulejmani entretanto passaram a integrar o fundo a troco de 1,25 milhões de euros.
·        Os gastos com pessoal atingiram os 50,4 milhões, uma subida de 4,8% em relação ao anterior exercício, justificando esta subida com o “aumento verificado na massa salarial do plantel de futebol”.
·        A Benfica TV implicou um aumento generalizado dos rendimentos e gastos consolidados.

Parece-me claro que neste momento o Benfica está à beira de uma situação insustentável, com um rumo pouco claro, objetivo e/ou estratégico. Vive-se o dia a dia e não se projetou em 2013/2014 o ciclo seguinte.

Ponto de situação

·        A situação do Clube está debilitada.
·        A equipa, produto de venda, está pouco atrativa.
·        A equipa, produto desportivo, não oferece grandes garantidas de sucesso.

É urgente criar um programa estratégico prudente de evolução que vise um corte com os gastos e que vise a estabilidade financeira.
Contudo é mais urgente ainda criar uma revolução, que corte com os gastos supérfluos e que invista de imediato na equipa.

O Benfica não é o seu treinador e/ou um jogador. Tem de ser uma equipa dirigida para um objetivo comum. Uma organização em conjunto, conduzida por um Líder, no interior do contexto atual, rumo a um objetivo final.

Qual é o teu objetivo para os próximos anos, Benfica?