Pesquisar neste blogue

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

PROCESSO DE TREINO


O treino e a forma direta de intervenção do treinador. O que fazer e como fazer tem implicações diretas sobre a forma específica de jogar.
É desta forma um aspeto chave na construção de uma equipa e na aquisição de conhecimentos.

Treinar implica sempre construir, avaliar, desconstruir, reavaliar e reconstruir. Se o Modelo, os princípios fundamentais e específicos e relacionados com o modelo são a base de como os jogadores estabelecem a relação entre eles, então essa relação tem de ser criada no treino.

Pretende-se com o treino criar um complexo de referencias individuais, setoriais ou grupais, intersetoriais e coletivas. Mourinho, que entretanto lá ganhou mais uma taça contra o seu direto adversário afirmou que “ tem que haver uma relação íntima entre aquilo que se faz no treino, o tipo de feedback que se dá e aquilo que se pede enquanto organização do jogo.

Desta forma o treino deve ensinar os traços comportamentais pretendidos, que leve a uma identidade e a uma identificação entre os jogadores. Se o modelo de jogo é o GPS do processo de construção, o treino é o caminho percorrido para chegar ao destino.

Deste modo o treino deve ser permanentemente modificado, ajustado, renovado e atualizado. A escolha de um exercício (a sua criação) deve estar diretamente ligada ao modelo. No fundo surgem algumas questões ao treinador.
O que pretendo, que comportamentos? Estes devem estar definidos no Modelo de Jogo.
Que tipo exercícios e que tipo de constrangimentos pretendo? Que comportamentos vou trabalhar? O que vou ensinar?
Pequenas questões que estão ligadas ao que quero construir. Os exercícios devem ser moldados para promover um determinado comportamento padrão (interações). Após isso o treinador deve definir claramente o que pretende para guiar o seu jogador.  Só o treino intencional é educativo.

Treinar é formar um jogar e uma equipa, tendo em consideração o que pretendo. Existem várias formas de resolver os mesmos problemas e o treino deve promover a lógica certa para esse mesmo problema. É nessa lógica que se assenta a estratégia e os princípios, que são os comportamentos que pretendemos que os nossos jogadores assumam.  
Treinar está ligado ao que se pretende atingir. Não é contudo um ato instantâneo e não tem fim.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

MODELO DE JOGO


Cnofmorre a ivnetsiagaço rceente, as ltears de uma plavara pdoem ser clocoadas em qqauluer oderm dsede que a pirmiera e a útimla ltrea mnatehnam as saus psiçoeõs. As rsetnetas lerats pdoem ser clocodaas ao clahas, que lmeos na msmea. O fctao é que não lmeos ltera por ltrea,mas lmeos cdaa plavara cmoo um tdoo.

Consegues ler este parágrafo? Claro que sim. Mas porque?
Quem escreveu isto?
Como é que isto está relacionado com o futebol?

Em primeiro lugar é de comum acordo que é fundamental o treinador definir previamente os quadros de referências, regras de gestão e princípios de ação que balizem e direcionem o planeamento da equipa.

Caso não se conheça os jogadores, esses quadros de referência devem ser criados de forma geral e “adaptados”depois ao individual. Caso tenhas possibilidade cria os princípios e depois contrata os jogadores que melhor se adaptem à realidade pretendida.

Relembrando que o Futebol é um jogo coletivo de oposição entre duas equipas mas de cooperação entre os elementos da mesma equipa. Esta cooperação visa a obtenção do GOLO.

Para que esta cooperação seja feita da melhor maneira os jogadores têm de saber (e treinar) “o que fazer” e “o como fazer”, utilizando a resposta motora adequada a cada momento. Destaca-se a perceção, decisão e ação do(s) jogador(es) em cada momento do jogo.

Não basta de todo, treinar com bola… insuficiente, lato e impreciso.

O futebol é um sistema aberto (em interação com o meio) e adaptativo (capacidade de adaptação ao meio). Um sistema é um conjunto de elementos que estabelecem relações entre si, tal como uma equipa de futebol.

Quando assistimos a um jogo de futebol e a uma equipa vemos em primeiro lugar o TODO e só depois o individual (partes).

Deste modo justifica-se como conseguimos ler o parágrafo inicial. Porque vemos o TODO (a palavra em primeiro lugar). A leitura é feita pela palavra e não letra a letra

“trata-se aqui de uma noção tipicamente complexa: quando se vê a unidade, vê-se a diversidade na unidade e quando existe diversidade, procura-se a unidade”
(Morín,1990)

“conhecer as partes sem conhecer o todo, como conhecer o todo sem conhecer particularmente as partes”
(Pascal 1982)
O Todo é maior que a soma das partes
Mourinho
Mas como é que o TODO pode ser maior que a soma das partes?
Simples as letras E, Q, U, I, P, A, isoladas não valem nada, juntas forma a palavra equipa. Num contexto de equipa, quando num determinado momento, a equipa reage TODA da mesma forma, objetivo do treino e do modelo de jogo, adquir um significado específico. Assim “a unidade coletiva não se reduz à justaposição dos seus elementos porque adquire uma identidade global, que “é superior à soma das suas partes constituintes “
(Morín 1997)