Pesquisar neste blogue

sexta-feira, 4 de março de 2011

MEMÓRIAS DE UM TREINADOR

  
ANDRÉ COUTO

BRUNO MEND.    QUIM     JOSÉ ANTÓNIO   JOEL

FONSECA

                LUÍS FERNANDES          PÉLÉ

        DÁRIO                                 FRANKLIM


MARÇALO



Esta foi a minha primeira equipa enquanto treinador sénior. Março de 2005. Se hoje sou treinador sénior, muito devo a estes jogadores. Foi o seu acreditar nas minhas capacidades, porque viam os treinos e jogos dos juniores, que me levaram à equipa sénior.
Quando aceitei o desafio sabia que a equipa não se encontrava bem animicamente, trabalhava com pouca intensidade e tacticamente permitia demasiados espaços às equipas adversárias, mesmo estando numa I divisão distrital. Uma longa conversa com o Luís Fernandes, (capitão) deu para perceber o que suspeitava sobre o estado de espírito da equipa. Os jogadores, já conhecia do treino e dos jogos.
Entrei no balneário, olhei todos de frente e garanti que iríamos jogar todos os jogos para vencer (a equipa estava perto da linha de água para descer). Prometi qualidade no trabalho, frontalidade e respeito pelas regras do grupo. Apenas pedi que o “Nós”,estivesse sempre acima do “Eu.”
Quis naturalmente transmitir confiança, determinação e vontade de vencer.
Existiam muitos “vícios” na equipa, e senti os jogadores acomodados. Horas de treino que não eram respeitadas; jogadores que não treinavam por caprichos individuais, e outras situações que colocavam em causa os objectivos do grupo, tudo isso era fora das regras por mim exigidas no que toca ao respeito e organização pelo trabalho de equipa. Dessa forma conforme tinha “ameaçado” não hesitei em deixar de fora jogadores “ditos” importantes, tendo até recorrido a jogadores da equipa de juniores. Lembro-me ter dito que comigo só entrava em campo quem eu acreditasse que ”morria” pela equipa. E a grande maioria lutava e respeitava o facto de todos serem iguais e de todos terem de remar no mesmo sentido.
Existiu da parte de toda a estrutura uma grande união para melhorar e consegui os objectivos, que era naturalmente a manutenção. Até ao final do campeonato fomos uma verdadeira família. Gosto do compromisso, gosto de arriscar e por isso não tenho duvida, que com o grupo certo, vou sempre a qualquer campo para ganhar. Isto porque, nesse ano não conhecia naturalmente a personalidade dos jogadores e não tinham sido escolhidos por mim. 
Confesso que para este objectivo o factor motivacional foi fundamental. Era uma equipa que ia para o seu terceiro treinador. Jogadores que entravam e saíam sem aparente critério de escolha.
Não fiz qualquer alteração no plantel, e tentei “jogar” adaptando-me á equipa. André Santos e André Couto (o militar) e por esta razão o mais auto – disciplinado, alternavam na baliza. Ainda jogava com Quim a marcar e José António solto, numa defesa mista. Grande dupla de centrais, fortíssimos no jogo de cabeça e no 1x1. Como Homens do melhor que já treinei. Fonseca o pivot defensivo, tacticamente o mais completo, muito inteligente e Luís Fernandes na transição. Lembrava-me Maniche a entrar na zona de finalização. Muito forte. Na frente Dário, Pélé, Franklim e Marçalo. Velocidade e constante procura da verticalidade do jogo. Nesta equipa ainda regressou por lesão outro jogador que seria bastante importante pela sua qualidade técnica: Luís Lopes.
Marçalo, marcou o primeiro golo, correu para mim, tal como o resto da equipa, abraçou-me e por momentos aquele abraço transformou-se na certeza que estávamos todos a lutar pelo mesmo objectivo.
Foi um final de época em alta. Alma, determinação e muita vontade de vencer caracterizava esta equipa. 

O objectivo foi alcançado e já se pensava na época seguinte. Os jogadores “ditos” importantes, dispensados. Dois deles os melhores marcadores da equipa. Mas não jogavam, nem treinavam em equipa.
Nova direcção (que tinha entrado em Fevereiro e me contratou), poucos recursos humanos e financeiros, e uma nova época para projectar. Um novo desafio que contarei mais tarde. 

Sem comentários:

Enviar um comentário